terça-feira, 23 de setembro de 2008

Curtas-metragens: “VIOLÊNCIA URBANA”

O Comitê de Cinema da UFOP (ComCine), a Pró-Reitoria de Extensão da UFOP (ProEx), o Instituto de Filosofia, Artes e Cultura (IFAC/UFOP) e o Cine-Teatro Vila Rica apresentam a programação do Cineclube ComCine deste segundo semestre de 2008. Todas as sessões são gratuitas, com filmes da Programadora Brasil – Central de Acesso ao Cinema Brasileiro.



Observação: a parceria com o Museu da Inconfidência foi cancelada; os filmes que estavam agendados para as quintas-feiras serão exibidos no próximo mês.






Nesta sexta-feira:


Curtas-metragens com o tema VIOLÊNCIA URBANA
A violência cotidiana, uma das maiores mazelas da sociedade brasileira, não podia ficar fora da mira dos nossos cineastas. E essa seleção de seis curtas-metragens sobre o tema mostra que ela está presente tanto nos grandes centros – caso dos cariocas Rota de colisão e Bala perdida, e dos paulistas O trabalho dos homens e Balaio – como em outras regiões do país, exemplificadas por João Pessoa (O cão sedento) e Cuiabá (Baseado em fatos reais).
Tempo total: 73 minutos




:: O TRABALHO DOS HOMENS
De Fernando Bonassi

(SP, 1998, ficção, cor, 10 minutos)
Mais uma ocorrência na cidade de São Paulo: um homem mantém uma mulher sob a mira de um revólver. A polícia chega e monta o cerco, tentando contato com o seqüestrador. Atiradores de elite também são convocados. Uma dupla se instala no alto de um prédio. Enquanto aguardam ordens pelo rádio, eles conversam...




:: ROTA DE COLISÃO
De Roberval Duarte
(RJ, 1999, ficção, cor/pb, 12 minutos)
Após um roubo, um ladrão, um operário e um menino de rua têm seus caminhos cruzados. Nas ruas daquela metrópole do Terceiro Mundo, um destino trágico e comum os aguarda.





:: BALAIO
De Luiz Montes
(SP, 2004, ficção, cor, 10 minutos)
O que acontece quando todos eles se reúnem em um clube? Um confronto de olhares, encenado com a tela dividida e múltiplas perspectivas. Baseado em um conto de Marçal Aquino.





:: O CÃO SEDENTO
De Bruno de Sales
(PB, 2005, ficção, cor, 10 minutos)

Em 1970, uma série de roubos de carros abala João Pessoa. O serial killer rouba, mata e queima suas vítimas, sem derramar uma gota de sangue.




:: BALA PERDIDA
De Victor Lopes
(RJ, 2004, ficção, cor, 14 minutos)
Numa tarde de sol, numa praça do Rio de Janeiro, começa um tiroteio. O tempo volta um minuto para revelar as histórias de várias pessoas que testemunham os disparos. São pessoas muito diferentes, todas expostas à trajetória das balas. Qualquer um pode morrer.




:: BASEADO EM FATOS REAIS
De Bruno Bini
(MT, 2001, ficção, cor, 17 minutos)
Uma dívida. Uma lâmpada. Uma bíblia. Um revólver. Você acha que não, mas poderia ter acontecido com você.






Data: Sexta, 26 de setembro
Local: Cine-Teatro Vila Rica
Hora: 23:00

ENTRADA FRANCA









BANG-BANG NAS METRÓPOLES BRASILEIRAS
Por João Carlos Sampaio

Histórias que transportam para a ficção as ocorrências policiais dos grandes centros urbanos do país inspiram os seis curtas-metragens desta seleção, que reúne obras rodadas entre 1998 e 2005.


Dois atiradores de elite se posicionam no terraço de um prédio em São Paulo, aguardando a ordem para executar um seqüestrador. Enquanto esperam o momento de agir, conversas sobre comida e amenidades cotidianas povoam os diálogos de O trabalho dos homens (1998), de Fernando Bonassi. Ele trabalha o acessório como principal, tanto que a violenta ação em curso é vista à distância, numa inversão interessante do foco narrativo.


O curta carioca Rota de colisão (1999) trata do roubo de pedras preciosas, a partir do envolvimento de três personagens. Um operário em sua hora de folga, um garoto aficionado por jogo de gudes e um ladrão em fuga vão se encontrar na trama criada por Roberval Duarte. Ele filma em preto e branco, experimentando texturas. Com uma dramaturgia ultra-realista, não usa diálogos e brinca com as muitas variáveis para a solução da história.


Inspirado em conto do escritor Marçal Aquino, Balaio (2004) apresenta um tenso encontro no bar, que envolve matadores, bandidos e policiais. A ambientação lembra os filmes de faroeste, só que a terra-sem-lei dessa fita é o subúrbio paulistano, em pleno século 21. O diretor Luiz Montes divide a tela em vários quadros para sublinhar as ações simultâneas. O recurso aumenta a tensão da montagem e dá ênfase aos mínimos gestos dos personagens.


Uma locução radiofônica abre a narrativa de O cão sedento, curta paraibano assinado por Bruno de Sales, sobre um assassino em série, que rouba e mata sem deixar vestígios. Trabalha com elementos de suspense, revelando apenas ao espectador os subterfúgios do criminoso, enquanto a polícia e os outros personagens mostrados na trama continuam em busca de respostas. Destaque para o uso de intervenções gráficas, com desenhos que imitam histórias em quadrinhos.


Um exercício de montagem interliga os acontecimentos paralelos de Bala perdida (2004), cuja intersecção mais marcante se dá com a presença sonora de estampidos de tiros e de uma buzina de carro. A ação mostra a tranqüilidade numa praça carioca interrompida por disparos capazes de atingir alvos inocentes. A direção é de Victor Lopes, que levanta o tema sobre a crescente sensação de insegurança nas metrópoles.


Sexo, drogas, rock’n’roll e carros em velocidade preenchem o universo adolescente de Baseado em fatos reais (2001), curta mato-grossense dirigido por Bruno Bini, que fecha este painel sobre a violência urbana. A fita recorre a clichês das tramas policiais para contar a história de três rapazes de classe média, cujas vidas são alteradas depois de uma noite de excessos. O filme discute a natureza moral do crime, dando à luz reflexões morais e uma crítica social à impunidade.








Próximos filmes do Cineclube ComCine – curtas & longas:



sex 03/10 – A Origem dos Bebês Segundo Kiki Cavalcanti / Durval Discos


sex 10/10 – O Catedrático do Samba / Samba Riachão


sex 17/10 – O Último Raio de Sol / O Rap do Pequeno Príncipe Contra as Almas Sebosas


sex 24/10 – O Sanduíche / Por Trás do Pano


sex 31/10 – Rua do Amendoim / Amor & Cia

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